quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Apresentação - O Seu Eu Normal e o Seu Eu Artístico


  Escrevo resenhas dos meus álbuns favoritos desde que comecei a entender como eles funcionam. Sabe, aquele lance de alinhar músicas, construir letras e montar tudo como uma história. Um álbum é uma vida! Todo álbum nasce (quando o artista dá os primeiros sinais de que está criando coisas novas), cresce (período de divulgação, lançamento de singles e clipes), se reproduz (quando ele deixa sua história na vida das pessoas por meio dos shows e das tours) e morre (quando o artista encerra todos os trabalhos com ele e segue em frente pra outra fase). Eu pelo menos em minha visão de Luna Lovegood do mundo, enxergo assim. E o processo é tão lindo e maravilhoso que é impossível não se apaixonar e querer viver isso. Por isso existem tantas pessoas fãs de artistas por aí. Tenho uma teoria que no subconsciente, todas gostam mesmo é desse processo, e não tanto do artista em si. Porque são Universos bem diferentes, o artista e sua arte. O criador e a criatura. Às vezes o criador pode ser uma péssima pessoa, um ser humano desprezível, mas um artista absurdamente brilhante, e aí é mais uma coisa desse mundo que eu adoro: gostar da arte nem sempre significa gostar do artista.


  Eu sempre vejo a mim mesmo analisando álbuns, clipes, músicas, tours e atitudes de artistas com dois tipos diferentes de consciência: a minha consciência pessoal e a minha consciência artística. Sim, sou um artista também. Cantar é tudo pra mim desde que eu me entendo por gente. Eu provavelmente nasci cantando Don't Rain On My Parade da Barbra Streisand ao invés de nascer chorando. E também sou multi instrumentista. Sendo que arte pra mim vai muito além de música, mas não vou falar dos meus outros trabalhos aqui porque esse Blog será focado apenas na música em si, exceto é claro quando a música envolver atuação, dança, trabalhos manuais ou coisa do gênero. Existem muitos artistas por aí que eu adoro a pessoa, a arte, a personalidade, tudo. Essa são minhas duas consciências concordando. Têm outros que eu sou apaixonado pela pessoa, mas reconheço que a arte dela não é lá essas coisas. Aí é minha consciência pessoal exercendo seu direito de gostar de algo, e a artística sendo realista. E há aquelas que eu não consigo nem mesmo suportar olhar para a cara e que tenho uma aversão enorme como pessoa, mas que preciso admitir que a arte é boa, e não só admitir, mas me permitir gostar também. Isso é a consciência pessoal também exercendo seu direito, só que desta vez de não gostar, e a artística também sendo realista. Não tenho certeza se todo mundo tem essa coisa dentro de si, porque vejo por aí fãs se estapeando por motivos toscos, clamando que suas "divas" são tão boas que são melhores do que Deus quando na verdade, a arte em si é uma merda (e geralmente, o artista como pessoa também é, porque a pessoa se reflete na sua arte). Mas quem possuir um pouquinho de sangue artístico que seja, se exercitar isso, com certeza vai começar a perceber as diferenças entre gostar e ser realista. 


  Eu costumava escrever minhas resenhas no Facebook, mas o público atingido era mínimo, porque quem é que liga pra cds hoje em dia? Não tem coisa que me irrita mais quando uma pessoa chega pra mim e faz a estúpida pergunta: "Por que você ainda compra cds? Eu baixo tudo", bancando o ser vivo mais inteligente do planeta. Sério, PAREM de achar que são mais espertos do que os outros só porque vocês baixam música! Pois, atenção, vou revelar um segredo bombástico: NÓS QUE COMPRAMOS CDS TAMBÉM BAIXAMOS! Eu particularmente amo colecionar mídia digital, tais como música, fotos, vídeos, até mesmo encartes de cds que você baixa do iTunes em PDF. Mas sério, NADA se compara à emoção de comprar um cd e guardá-lo, pois ele carrega histórias. Um exemplo bem simples para não me prolongar muito: Lea Michele, Louder, seu álbum de estreia. Eu e minha amiga Mariane VICIADOS, não por sermos fãs dela nem nada mas simplesmente porque o álbum é maravilhoso. Combinamos de comprar juntos. Eu tive várias oportunidades de dinheiro sobrando pra comprar, mas resolvi esperar por ela. E agora toda vez que eu pego no cd, ponho ele pra tocar ou abro o encarte, eu lembro do dia em que fomos juntos comprar. É incrível como a música une pessoas. E é incrível a quantidade de memórias que ela pode nos ajudar a não abandonar. Porque eu sei que onde quer que eu vá, seja onde eu more, se por ironia do destino eu perder o contato total com a minha amiga, eu vou olhar o cd e lembrar dela. E mesmo que não seja tão suficiente quanto a presença dela, vai ajudar a matar um pouco da saudade. Download de mídia digital não tem esse poder, desculpa vocês que acham que são mais espertos só baixando, mas eu sou simplesmente viciado no ato de construir memórias. Por isso pra mim, não existe melhor presente do que um cd. Ou um dvd musical. Porque a pessoa presenteada vai olhar, vai ouvir, vai assistir e vai lembrar da exata situação em que ganhou, de quem ganhou, por que ganhou, e automaticamente, várias outras lembranças voltarão. O mesmo serve pra livros. Eu particularmente não sei dar outro presente a não ser cds, mas acho que isso já é um déficit meu próprio, reconheço, porque honestamente não sou criativo pra presentear.



  Atualmente, esta é a minha estante de cds e dvds.



E essa é a outra parte da coleção, que fica na casa dos meus tios. 

  Enfim, caro leitor. Espero que curta meu blog e meus textos. Espero que encontre o que procura em minhas próximas postagens. Às vezes uma opinião, um artigo sobre, um vídeo, já é o suficiente pra te fazer conhecer um mundo novo. Porque assim é o mundo da música. Milhões de Universos espalhados por aí com milhões de coisas novas que você nunca viu prontas para serem descobertas.