sábado, 14 de fevereiro de 2015

Resenha: Trilha Sonora de "50 Tons De Cinza"

  Estou um tempo sem postar porque tá meio difícil conciliar trabalho, estudo e vida social com o Blog, mas prometo me esforçar para não abandoná-lo, e quando eu finalmente conseguir administrar meu tempo, postarei com mais frequência. No presente momento, está tudo simplesmente complicado.

  Mas vamos direto ao assunto. Foi lançado essa semana nos cinemas brasileiros a tão aguardada adaptação cinematográfica para Fifty Shades Of Grey (Literalmente: 50 Tons De Cinza). Nunca li, não sei se quero, e só assisti o filme por ironia do destino. Encontrei um amigo no shopping onde trabalho e ele conseguiu ingressos de graça para a pré-estreia, e me ofereceu um. Confesso que fui só pra ter o gostinho de assistir antes de todo mundo. Amo pré-estreias. De qualquer jeito, não comentarei do filme aqui, exceto o fato de eu ter achado extremamente chato. Sem preconceitos, é só que não teve efeito nenhum sobre mim, então eu quase dormi na cadeira exceto por um detalhe: a trilha sonora. Eu fiquei impressionado em como a trilha sonora do filme é bem montada e distribuída. Artistas certos, músicas certas, temas certos, tocados em momentos certos. Uma música encaixada na hora certa consegue tornar uma cena simples completamente eletrizante. Estou tão viciado que não consigo parar de ouvir e já que o mundo parou pra opinar sobre o filme nesta última semana, acho que alguém precisa parar pra comentar sobre a música também.




  O cd abre com ninguém menos do que a incrível Annie Lennox cantando I Put A Spell On You, que também é a primeira música tocada no filme, o que deixou o próprio com um clima bem conceitual e convidativo, como se o próprio Christian Grey "colocasse um feitiço" nos espectadores, ansiosos pra ver o personagem dos livros personificado na tela. Undiscovered de Laura Welsh dá sequência ao álbum. Achei uma boa escolha, ritmo contagiante com uma letra bem sugestiva. Como eu disse: as músicas foram muito bem selecionadas porque todas possuem letras significativas para o filme, acompanhadas de um ritmo sexy e provocante, ao estilo do filme. A terceira música, Earned It é interpretada pelo cantor The Weeknd, nome artístico de Abel Tesfaye, aclamado cantor que estreou postando várias canções originais no Youtube anonimamente, encoberto por seu pseudônimo. Abel possui uma voz muito singular, o que combinou bastante com o ritmo da música e a mensagem que esta passa. É um dos trunfos do álbum, embora não seja uma música tão atraente pra mim. Meet Me In The Middle de Jessie Ware é a quarta música do álbum. Não me recordo se ela foi bem aplicada ao filme no momento, mas não curti muito ela ser procedente à Earned It no álbum. As duas possuem o ritmo e os acordes extremamente parecidos. Matou um pouco da energia do álbum, mas não a destruiu completamente, porque ela é precedida por aquela que atualmente é o meu vício pessoal e intransferível, cuja qual eu simplesmente não consigo parar de ouvir desde que a ouvi no filme: Love Me Like You Do, interpretada por Ellie Goulding. Eu estou simplesmente fascinado por essa música. Não tinha escutado antes, mesmo sabendo que a música e o videoclipe oficial foram lançados antes para divulgar o filme, mas estou feliz de ter esperado. Simplesmente AMO quando músicas cujas quais eu nunca escutei aparecem do nada e me surpreendem com suas energias, seus ritmos e principalmente, suas letras. A música toca em um bom pedaço de uma cena do filme, o que me agradou muito. A voz de Ellie está simplesmente mágica nessa música. Ela possui uma voz muito singular e única, que unida ao ritmo contagiante da música e misturados à cena em que Christian e Ana estão sobrevoando Seattle de helicóptero, é simplesmente encantador. É quase convidativo à fazer você sentir aquele frio no estômago quando começa a descobrir coisas novas sobre a pessoa pela qual você está se apaixonando - mesmo que o filme não se trate sobre romance. A música sim. E o vídeo também. Ellie fez um ótimo trabalho. Agora estou inclusive ouvindo outras músicas dela que eu não escutava antes. Aquele vício momentâneo por um artista que você não dava importância até pouco tempo atrás.

                                  


  Logo após essa música contagiante, a sexta música do álbum é comandada por ninguém menos que Beyoncé. Haunted ganhou uma nova roupagem nas mãos de Michael Diamond. Além de ser uma música boa e completamente sugestiva ao tema do filme, foi muito bem encaixada em uma das cenas mais quentes do mesmo - quando Ana pratica sexo anal pela primeira vez com Christian. A união de letra + cena passa a exata emoção pretendida pelo diretor ao espectador. Pelo menos eu senti. A sétima canção do álbum, Salted Wound, é interpretada pela nossa querida e talentosa Sia. Como se sabe, Sia é brilhante em tudo que faz, e com essa faixa não seria diferente. Vocais impecáveis, letra e ritmo emocionantes, instrumental muito bem trabalhado. Típica música calma que te passa a maior sensação de paz e a vontade de escutá-la enquanto dirige pela estrada em uma manhã chuvosa e fria. A canção número 8, Beast Of Burden dos Rolling Stones, foi a única que não me chamou a atenção. Fiquei meio perdido em achar o porquê dela ter sido incluída. A canção 9, I'm On Fire dos AWOLNATION me conquistou, por ser tão serena, simples e bela. Dizem que as melhores coisas da vida são simples, certo? Isso pode ser com certeza aplicado à essa música, mas o meu sentimento de "o que essa música tá fazendo aqui?" continuou. A história do filme não é sobre amor, é sobre sexo e desejo, apenas. Não sei os outros livros futuros filmes, mas o que eu pude absorver desse foi isso. Essa música se encaixaria melhor na trilha sonora de um romance ao estilo Crepúsculo ou algo do tipo. Mas o grande e maior trunfo de todo o álbum é a eletrizante nova roupagem do sucesso de Beyoncé, Crazy In Love, que ganhou uma versão absurdamente provocante e envolvente. Ótimo trabalho de Queen B nos vocais, e ótimo trabalho da equipe do filme em colocar a música nas cenas mais desafiadoramente sexys do filme: quando os dois personagens finalmente vão ao quarto sado-masoquista de Christian e deixam todo o seu desejo um pelo outro os consumirem juntos. Surpreendentemente, podemos encontrar ninguém menos que a lenda Frank Sinatra cedendo Witchcraft para o álbum do filme. A décima segunda canção, One Last Night, é interpretada pela banda Vaults. Gostei da vibe da canção, e da letra. Bem sugestivas. Na décima terceira posição temos The Weeknd de novo, com outra canção eletrizante, Where You Belong. Mas a minha grande surpresa mesmo foi encontrar uma das minhas cantoras, compositoras e intérpretes favoritas encerrando o álbum, Skylar Grey. Autora de hits como Love The Way You Lie de Eminem e Coming Home de Diddy Dirty Money, Skylar sempre foi uma das minhas grandes referências como compositora. Ela sempre canta a verdade, nada além da verdade, toda a verdade do que ela sente - sem contar o fato de que sou apaixonado pela voz singular dela e que suas músicas sempre afetam minha vida de uma maneira absurda. Apesar de ser tão grande, brilhante e requisitada no meio artístico, ela não é um nome muito comum entre o público, então foi uma grande surpresa pra mim encontrar uma música dela no cd - e um grande presente pra mim, porque eu já estava sentindo falta de música nova. O álbum encerra-se com duas canções tema-instrumentais compostas por Danny Elfman, compositor renomado de várias outras trilhas famosas de filmes como O Lado Bom Da Vida, chamadas de Ana And Christian e Did That Hurt?

  Não recomendo o filme porque eu realmente não curti e não vi nada demais nele. Mas assistiria novamente só pela trilha sonora, porque vale MUITO à pena. Só pra procurar detalhes que perdi, momentos em que se encaixaram as canções, partes em que os versos se unem as cenas, esse tipo de coisa que todo músico viciado no próprio trabalho gosta de fazer. Espero que tenham gostado. Comentem à vontade, e até a próxima resenha!